Num tempo
há muito perdido, os amigos decidiram que a música que faziam deveria chegar
aos ouvidos de seus iguais. Totalmente de acordo com a alma vadia dos três rapazes,
o lugar onde tocariam teria que acomodar, com o necessário respeito, todo
tipo de vagabundo e meliante. Lanchinho, esse era o bar. Um punhado de bêbados,
mendigos, ovos de codorna, coxinhas, torresmo, moscas, ratos e baratas. O
paraíso não se constrói com luxo, mas com a simplicidade do absurdo. E a qualidade
do som não tardou a atrair o público. Gente rica, gente pobre, gente estranha, gente
louca e gente gente. Regadas a muita cachaça, Chico Buarque, Aldir Blanc, João
Bosco e tantos outros, as noites de quinta no Lanchinho alcançaram o paraíso.
Mas era muita energia descontrolada para um lugar tão humilde, e o pequeno bar não
suportou tamanha loucura. Obrigado Newton Guimarães, Garrincha, Menino da Papuda, Igor, Aroeira e todos os demais passageiros do
absurdo. O Lanchinho é parte inesquecível das minhas memórias do subterrâneo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário